quinta-feira, 12 de maio de 2011

Ácido Fólico

Me esqueci de comunicar o uso do ácido fólico antes da tentativas começarem! Muitas futuras mamães tomam ácido fólico antes de engravidarem mas não sabem para que serve. Ácido fólico é uma importante substância que irá auxiliar no fechamento do tubo neural. Durante a embriogênese existem folhetos embrionários que irão dar origem aos tecidos e orgãos do corpinho do bebê. O tubo Neural é a parte central no corpo do futuro bebê. O Mal fechamento deste tubo pode levar a mal formações como: mielomeningoceles e anencefalias.
O mais importante é a prevenção e sempre que der programarmos a gravidez, pois o fechamento do tubo neural se dá em torno da 3 e 5 semana de gestação, ou seja, quando a maioria das mulheres descobre que está grávida, podendo ser tarde de mais para iniciar o uso do ácido fólico.



Segue algumas informações extras:

USO DE ÁCIDO FÓLICO

Os defeitos abertos do tubo neural (DATN) são anomalias congênitas que surgem durante o desenvolvimento cerebral e da coluna vertebral do embrião, como a anencefalia, espinha bífida e encefalocele. A anencefalia é incompatível com a vida, enquanto os outros defeitos abertos do tubo neural apresentam uma alta morbidade e mortalidade perinatal.

A incidência dos DATN se situa ao redor de 1/1000 nascimentos. Em gestantes com antecedente de terem gerado uma criança com DATN, o risco de recorrência aumenta para 35/1000. Nesses casos, a investigação do DATN no feto deverá ser iniciada precocemente através da determinação da alfa-fetoproteína no sangue da gestante e a realização do ultra-som morfológico.

O fechamento do tubo neural geralmente ocorre 24 dias após a concepção ou cerca de 6 semanas após a data da última menstruação, sendo o ácido fólico um micronutriente essencial nessa fase da organogênese. Em decorrência dessa precocidade do fechamento do tubo neural é MUITO IMPORTANTE conscientizar a gestante para que comece a fazer uso dessa substância bem antes de engravidar.

ATENÇÃO: As mulheres que iniciam o uso do ácido fólico somente depois de saber que estão grávidas estão praticando uma conduta totalmente errada, pois elas terão perdido um periodo importante da embriogênse sem necessária cobertura preventiva.

O ideal seria que TODAS as mulheres em período fértil e que não estejam em uso de contraceptivos façam uso de ácido fólico. Casos em que essa indicação se torna crucial e mais importante ainda seriam os casos de:

  • Mulheres que já tiveram um filho com este tipo de malformação (DATN)
  • Mulheres que fazem uso de medicamento que aumentam o risoco de DATN, como ácido valpróico e carbamazepina
  • Mulheres que são portadoras de diabetes tipo 1

A dose ideal do ácido fólico é de 5mg diariamente, iniciando seu uso pelo menos três meses antes de engravidar,e principalmente assegurando a continuidade do uso dessa substância até completar tres meses contados a partir do inicio da gravidez. No total seriam então seis meses de uso de ácido fólico. ( 3 meses antes e 3 meses após o inicio da gestação).

Algumas fontes de informação preconizam uma dose de apenas 0.4 mg ao dia de ácido fólico, porém ficou provado que essa dose oferece pouca proteção ao embrião em desenvolvimento. Calcula-se que um acréscimo na dose diária de acido fólico até 0,4 mg é capaz de reduzir os riscos de DATN em apenas 36%, um aumento até 1 mg/dia reduz o risco em 57%, enquanto que uma dose diária de 5mg tem a capacidade de reduzir o risco em cerca de 85%.

O que já está bem definido e o que ainda não está em relação aos efeitos preventivos do ácido fólico?

O papel do ácido fólico na prevenção de malformações do tubo neural está bem definido. No entanto, a prevenção de cardiopatias, malformações faciais e cromossomopatias que é atribuída por algumas fontes de informação ainda permanece incerta, sendo necessários maiores estudos para avaliar a ação do micronutriente na profilaxia de outras morbidades fetais. Constatou-se aumento do conhecimento de pacientes e profissionais de saúde envolvidos na assistência pré-natal sobre o papel do ácido fólico e, em particular, no seu uso periconcepcional especialmente em países desenvolvidos. Assim, apesar dos programas de fortificação implantados em alguns países desenvolvidos terem sido eficientes em reduzir de forma significativa a incidência dos DATN, no Brasil, precisam-se considerar as variações regionais e promover melhor a suplementação farmacológica do ácido fólico periconcepcional.

Como o ácido fólico age no organismo?

O ácido fólico é um micronutriente que apresenta papel fundamental no processo de multiplicação celular. O folato interfere com o aumento do volume dos eritrócitos, o alargamento do útero e o crescimento da placenta e do feto. Atua como coenzima no metabolismo de aminoácidos, síntese de purinas e pirimidinas e dos ácidos nucleicos, DNA e RNA, sendo vital para a divisão celular e síntese proteica. É predominantemente encontrado em vegetais verdes, legumes, feijão, frutas cítricas, entre outros, como espinafre, lentilhas, grão de bico, aspargos, brócolis, ervilha, couve, milho e laranjas.

A deficiência de folatos está associada a um acúmulo sérico de homocisteína, podendo encontrar-se associado à síndrome hipertensiva da gestação, ao descolamento placentário, a abortamentos espontâneos de repetição, partos prematuros, a baixo peso ao nascimento, doenças crônicas cardiovasculares, cerebrovasculares, demência e depressão . Quanto às anomalias congênitas, há consenso na literatura que a reposição periconcepcional de ácido fólico previne os defeitos abertos do tubo neural (DATN), sendo motivo de controversia em relação a outras anomalias

O baixo consumo na dieta, distúrbios gênicos, tabagismo, uso crônico de contraceptivos hormonais orais, diabetes, uso de medicações anticonvulsivantes, gemelidade são alguns fatores relacionados a concentrações séricas reduzidas de ácido fólico O mecanismo pelo qual o ácido fólico previne os DATN ainda não está completamente. esclarecido. É possível que a reposição do folato trate uma deficiência nutricional previamente instalada ou sua ingesta compense a deficiência dos indivíduos em metabolizá-lo. Estudo recente evidenciou que uma em cada sete pessoas pode ser portador uma mutação genética que provoca deficiência de ácido fólico, mesmo quando a alimentação contém a quantidade recomendada do micronutriente. Indivíduos portadores destas mutações podem apresentar dificuldades de metabolização dos folatos comprometendo, assim, a absorção e diminuindo os níveis de ácido fólico no sangue e, por consequência, ter um maior risco de gestação acometida por defeito de tubo neural .

Fonte de consulta:

Marcelo Marques Souza Lima et al: Ácido fólico na prevenção de gravidez acometida por morbidade fetal: aspectos atuais. FEMINA | Outubro 2009 vol 37 nº 10

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